domingo, 20 de dezembro de 2009
Modelos de letramento
Existem dois modelos de letramento um autônomo e outro ideológico.
No modelo autônomo, as práticas do uso da escrita na escola seguem uma concepção que leva em conta a competência individual que é utilizada apenas como forma de promover e aprovar os alunos, deixando de lado a função social da mesma. Nesse modelo a escrita é um mero produto pronto, sem estar arraigada ao contexto, representando uma ordem diferente de comunicação, distinta da fala.
O modelo ideológico, estabelece que as práticas letradas são determinadas pelo contexto social e nas instituições em que foram criadas, levando em consideração a pluralidade e a diferença, procurando identificar as características entre práticas orais e práticas letradas.
Refletindo sobre letramento
Na opinião de alguns autores, a oralidade e a escrita não são extremas, nem toda escrita é formal e planejada, nem toda oralidade é informal e sem planejamento.
Precisamos pensar o processo de aquisição da escrita como um processo contínuo do desenvolvimento lingüístico da criança, substituindo a quebra que ocorre no cotidiano da prática escolar.
As práticas letradas realizadas pela família ou em instituições como a igreja, são práticas essenciais onde o conhecimento sobre a escrita é construído coletivamente pela colaboração dos indivíduos de um determinado grupo. Por esta razão faz mais sentido valorizar o ensino da escrita na escola priorizando o que há de comum e de semelhante entre oralidade e a escrita; ampliando assim sua função social.
Fala-se/escreve-se/lê-se sempre do mesmo jeito? Que diferenciações podem ocorrer em relação à fala ou à escrita?
Análise do Texto: LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE COMO ARTEFATO CULTURAIS de Maria sabel Dalla Zen e lole Faviero Trindade
Não, a fala e a escrita não são fixas. O principal objetivo da linguagem é a comunicação que é construída pela sociedade e transmitida culturalmente. Ou seja seu uso social.
O aprendizado fora da escola é muito mais intenso, pois a linguagem da escola nem sempre é motivadora, de encontro à realidade e “necessidade” do aluno e portanto acredito que nem sempre se fala, escreve e se lê do mesmo jeito, quando o aluno lê adquire cultura e quando escreve demonstra seu conhecimento. Na passagem da oralidade para a escrita, deve-se levar em consideração o que os alunos já sabem ao chegar à escola, a suas práticas letradas.
Fala e escrita são funções da linguagem mas tem suas diferenças como quando as crianças pertencentes a culturas letradas vão se desenvolvendo e interagem com a escrita começando então a descobrir outra maneira de dar significado ao que se fala. Entre a fala e a escrita encontram-se processos de construção diversos a começar pela diferença entre grafia e som.
Dalla Zen e Trindade explicam que tanto a fala, quanto à escrita e a leitura sofrem alterações constantes, sendo que essas alterações aparecem dependendo do grupo social a que cada indivíduo vive, na fala, dependerá também do público que irá nos ouvir.
Costa (1997) faz uma crítica às concepções tradicionais psicológicas, chamando-as de neutro, a-social e a-histórico por não respeitar a visão própria e autônoma do letramento.
Já Soares (1998, p. 39) confirma o que diz no texto de Dalla Zen e Trindade: “Letramento é estado ou condição de quem não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e de escrita que circulam na sociedade em que vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação oral”.
Não, a fala e a escrita não são fixas. O principal objetivo da linguagem é a comunicação que é construída pela sociedade e transmitida culturalmente. Ou seja seu uso social.
O aprendizado fora da escola é muito mais intenso, pois a linguagem da escola nem sempre é motivadora, de encontro à realidade e “necessidade” do aluno e portanto acredito que nem sempre se fala, escreve e se lê do mesmo jeito, quando o aluno lê adquire cultura e quando escreve demonstra seu conhecimento. Na passagem da oralidade para a escrita, deve-se levar em consideração o que os alunos já sabem ao chegar à escola, a suas práticas letradas.
Fala e escrita são funções da linguagem mas tem suas diferenças como quando as crianças pertencentes a culturas letradas vão se desenvolvendo e interagem com a escrita começando então a descobrir outra maneira de dar significado ao que se fala. Entre a fala e a escrita encontram-se processos de construção diversos a começar pela diferença entre grafia e som.
Dalla Zen e Trindade explicam que tanto a fala, quanto à escrita e a leitura sofrem alterações constantes, sendo que essas alterações aparecem dependendo do grupo social a que cada indivíduo vive, na fala, dependerá também do público que irá nos ouvir.
Costa (1997) faz uma crítica às concepções tradicionais psicológicas, chamando-as de neutro, a-social e a-histórico por não respeitar a visão própria e autônoma do letramento.
Já Soares (1998, p. 39) confirma o que diz no texto de Dalla Zen e Trindade: “Letramento é estado ou condição de quem não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e de escrita que circulam na sociedade em que vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação oral”.
Conclusões sobre o filme “O Menino Selvagem”
Uma criança que recebe o diagnóstico de surdez se tiver os estímulos do meio, o atendimento adequado, o apoio da família com certeza será capaz de interagir, de fazer parte da sociedade onde está inserida. No filme “ O Menino Selvagem”, Itard obteve resultados significativos na educação do menino Victor, mesmo sendo resultado de imitações, se tivesse utilizado sinais poderia ter tido muito mais sucesso.
A educação dos surdos é como de outra criança qualquer, tendo às condições necessárias, a aprendizagem também ocorrerá. Ainda existem muitos preconceitos em relação aos surdos. Aconteceram muitas mudanças, porém é pouco, precisamos de mais para que todos tenham acesso à cidadania, ao respeito, á educação e a dignidade. Valorizando e divulgando o ensino de LIBRAS, estaremos contribuindo para quebrar paradigmas. É notória e exemplar a organização demonstrada pela comunidade surda, provando que são capazes de lutarem por seus e direitos na sociedade e conquistarem cada vez mais seus espaços.
Minha experiência de convivência com pessoas surdas
Já tive contato na infância, onde tinha uma amiga que era surda. Nossa comunicação era fácil, entendia ela só de olhar. Talvez pela cumplicidade. Porém minha amiga era muito dependente de sua irmã que era um ou dois anos mais nova que nós. Não sei se por orientação da família ou super proteção da própria irmã, o fato era que ela estava sempre junto, adivinhando e traduzindo as vontades de minha amiga. Não conhecia a língua de sinais, mas conhecia minha amiga, queria dizer a ela que não precisava de intérprete, mas nunca tive coragem, tinha medo de expor ela e ofendê-la. Quando mudei de endereço, ainda na infância, não tive mais contato com ela. A última notícia que tive dela foi através de uma reportagem do jornal onde “falava” da inserção de alunos surdos no curso de magistério no Instituto Estadual de Educação de Sapiranga. Apareceu também na televisão. Mas eu nunca mais ouvi falar nada a respeito e também nunca mais a vi. Guardo boas lembranças dela, pelo fato de ser uma grande amiga. Outra experiência que guardo com carinho foi quando, já com 22 anos de idade, trabalhei lecionando teatro em uma escola que tinha uma classe de surdos, uma forte e extraordinária lembrança, foi em uma hora cívica da escola em que o diretor e os alunos interpretaram o hino brasileiro na linguagem de sinais. Foi a vez em que o hino soou mais bonito para mim. É linda a forma como se expressam, principalmente para as pessoas que gostam de teatro, pois é uma linguagem essencialmente teatral, o corpo inteiro fala e eles são tão transparentes, honestos, sinceros... Pois nos mostram a sua essência.
As pessoas surdas apenas se diferem na forma de comunicação. Pude aprender que é preciso estar disposto a observar os gestos, o movimento dos lábios, buscar referências nos símbolos da cultura para se fazer entender e colocar-se frente a frente, pois o visual é muito importante.
“ Seu nome é Jonas”,
Ao assistir o filme “ Seu nome é Jonas”, conclui:
Esse filme me fez refletir sobre o sofrimento desse menino que ocorreu pela ignorância das pessoas, demora no diagnóstico, falta de oportunidades nas instituições de ensino. Acredito que atualmente esses problemas vem sendo superados, principalmente por causa de uma série de fatores, entre os quais destaco:
a sociedade já está aprendendo a conviver com as diferenças;
os avanços tecnológicos e da medicina ajudam num diagnóstico precoce e eficaz;
a educação está mudando, indo de interesse as habilidades e necessidades dos alunos
a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma grande conquista e mostra a organização dos surdos, que não devem ser considerados inclusão porque eles apenas tem dificuldades de se expressarem por meio da linguagem considerada “convencional”.
Atividades como essa, da análise do filme, solidificam e intensificam nossas aprendizagens porque nos instigam, promove uma reflexão, uma busca pelo conhecimento, além de comprovar nossos saberes.
A relação existente entre educação e trabalho quando se pensa sobre os espaços da EJA
Na minha opinião, para que a educação básica se torne eficiente, devemos oportunizar a todos a qualidade de aprendizagem. O importante a se considerar é que os alunos da EJA são diferentes dos alunos presentes nos anos adequados à faixa etária. São jovens e adultos, muitos deles trabalhadores, com expectativa de uma melhor qualificação no mercado de trabalho e com um olhar diferenciado sobre as coisas da existência, pois trazem muita bagagem cultural. Devemos levar em consideração que tais alunos já vivenciam práticas de linguagens e “signos” de leituras (símbolos, códigos). Devemos pensar que os espaços da EJA devem promover a autonomia do jovem e adulto de modo que eles sejam sujeitos da aprendizagem, que aprendam em níveis crescentes de apropriação do mundo do fazer, do conhecer, do agir e do conviver.
As relações entre educação e trabalho propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos
Ao estudar a interdisciplina Educação de Jovens e Adultos, aprendi um pouco mais sobre a LDB, onde fiz uma comparação entre a educação e trabalho dos jovens e adultos que formam a EJA
O art. 37 da LDB, diz que a EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria, por isso deve haver estreita relação entre educação e trabalho, sem que uma prejudique a outro. A EJA não deve ser considerado como um processo inicial de alfabetização. Ela é uma educação que está intimamente relacionada com o trabalho em nossa sociedade contemporânea, sendo chave indispensável para que os professores incentivem os alunos a desenvolver hábitos de leitura e de múltiplas linguagens para que o indivíduo desenvolva sua autonomia
e saiba gerenciar sua vida em busca de boas condições de trabalho. Muitos dos alunos, jovens e adultos, já estão trabalhando e por exigência da empresa precisam voltar a estudar, outros tantos querendo e precisando se inserir no mercado de trabalho. Cabe aos sistemas de ensino assegurar a oferta adequada, específica a este contingente, que não teve acesso à escolarização no momento da escolaridade obrigatória, ou que tiveram uma interrupção forçada seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou outras condições adversas.
A relação entre as novas necessidades das economias de produção flexível com o sistema escolar
Utilizando o fragmento de Hilton Japiassu que nos fala da compartimentalização dos saberes e da importância do trabalho integrado, e, conciliando com o texto de Santomé (1998), fiz uma comparação entre as novas necessidades da economia com o sistema escolar, além disso relacionei-o com minha prática e os ideais farroupilhas. Abaixo segue minhas relações:
A educação brasileira, infelizmente, ainda encontra semelhanças com os processos de produção do Taylorismo e do Fordismo. Nestes processos o que menos tem significado é a democratização escolar. A escola, embasada neste processo, preocupa-se com os conteúdos que deve ensinar, sem saber se o aluno necessita ou tem real interesse em aprender aquilo que lhe é imposto.
A escola ainda é vista como um lugar em que o que importa são as notas, “os cadernos cheios” (e as mentes vazias...)... O processo de criação, que leve em consideração as habilidades de cada um, que promova autonomia e criticidade é o que menos interessa. Os alunos não têm seus conhecimentos prévios reconhecidos, por isso a evasão e altos índices de repetência. A obediência e a autoridade, também, são essenciais para manter o atual sistema.
Pensando na relação entre as novas necessidades das economias de produção flexível com o sistema escolar a única maneira seria descentralização do poder para
que os interesses e as necessidades dos alunos e professores sejam reconhecidos. Precisamos envolver toda a comunidade escolar no processo educacional para termos uma gestão mais democrática e participativa. Em nossas escolas, vemos no Projeto Político Pedagógico, uma luz em forma de democracia para resignificar a escola e a educação. Partindo da realidade local, envolvendo todos, criando uma nova identidade para a escola.
Sei que sou repetitiva, mas esse é o ideal em que acredito, uma educação onde cabe a nós professores, irmos além da transmissão de conhecimentos, transformando a nossa sala de aula em um ambiente desafiador, baseado na cooperação, na solidariedade e no respeito às diferenças. Os nossos ideais de educação devem ser os mesmos que os ideais de revolução francesa: “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”. Ideais que também inspiraram os “farroupilhas” em 20 de setembro de 1835.
O que fazer para que a pedagogia de Freire funcione?
Precisamos estabelecer com nossos alunos, a “dialogicidade”, ou seja, a essência da pedagogia “freireana”. É preciso alfabetizar de forma consciente, para que a nossa visão de mundo e do nosso aluno possa entrar em sintonia, em harmonia, onde a integração entre pensamento e linguagem constitua uma comunicação eficiente e uma aprendizagem crescente.
Por que trabalhar com temas geradores?
Ao ler sobre Paulo Freire em “A dialogicidade_ essência da educação como prática da liberdade” ( Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.) e “O mentor da educação para a consciência”, refleti acerca da utilização dos Temas Geradores, abaixo segue minhas conclusões:
Através dos temas geradores, Paulo Freire nos mostra o exercício do diálogo para a construção do conhecimento. Nessa concepção, as atividades devem ser baseadas no contexto social, na vida, nos saberes e interesses dos alunos.
Contudo,esse sistema promove debates, pesquisa, leitura e escritas de novos textos relacionados a outras áreas do conhecimento e atividades vivenciadas pelos alunos. A partir da análise da realidade serão levantados os temas, problematizados, interpretados e contextualizados, ampliando a visão de mundo dos sujeitos envolvidos nesse processo de aprendizagem.
Os temas geradores possibilitam a interação com outros temas, gerando novas indagações e descobertas. O conteúdo curricular tem nos temas geradores o início para sua organização e sistematização.
Os temas geradores permitem uma autonomia e criticidade, porque possibilita problematizar a bagagem cultural e letramento que os alunos já trazem. Através do posicionamento dos alunos frente às questões que estão sendo discutidas há uma ampliação do conhecimento, para outro mais sistematizado, que analisa criticamente e se torna capaz de transformar a realidade. O papel do professor deve ser o de coordenador dos debates, fomentando discussões, oportunizando o diálogo a cerca do posicionamento dos alunos. Com isso, o aluno se sente desafiado para aprender coisas novas.
Comênio e minha prática
Ao pesquisar sobre as contribuições de Comênio para a Didática, fiz uma comparação com minha prática, onde encontrei elementos da pedagogia de Comênio. Onde o autor ressalta a consideração do aluno, a capacidade de compreensão, a igualdade para todos, a aprendizagem através experiências e das próprias observações.
Comênio acredita que o bom relacionamento entre professor e aluno é o fundamento para a aprendizagem do aluno. A valorização a inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais, também se assemelha. Devemos compreender o nosso aluno e levar em consideração suas aprendizagens e habilidades. Devemos observar o progresso e seguir com ele, não podemos ficar arraigados no passado, considerando a aprendizagem como mera transmissão de conhecimentos, utilizando livros e cartilhas como principais recursos didáticos. Não devemos confundir aprendizagem com “ensinagem”.
Devemos sempre repensar a nossa ação na sala de aula, refletindo a teoria e melhorando a nossa prática.
domingo, 27 de setembro de 2009
VII Jornada Estadual de Estudos Afro-Brasileiros/2009
É com grande alegria que destaco que participei da VII JUEAB como comunicadora no último sábado no auditório Oswaldo Goidanich do Memorial do RS, em Porto Alegre. Juntamente com minhas colegas Ana Beatriz Bezerra Parker e Maria Ester Martins do Nascimento apresentamos a seguinte comunicação: "Novo Hamburgo: Histórias e Memórias de Múltiplas Trajetórias na construção étnica da cidade ". Foi uma experiência riquíssima apresentar um trabalho de experiência realizado ao longo de três anos de práticas intensas sobre esse tema. Foi emocionante ver meu nome no caderno de resumos e sobretudo será mais ainda quando sair a publicação. Representamos não só a nossa escola, como também o município. Com toda certeza as questões trabalhadas no semestre passado me ajudaram a fomentar e organizar melhor essas idéias para a apresentação. AS leituras e atividades abordadas na interdisciplina Questões étnicos-raciais na educação, me deram o suporte e embasamento teórico para discussões acerca do tema. Sou muito grata aos meus professores e tutores por me ajudarem a crescer intelectualmente. Me proporcionando assim momentos de plenitude como esse.
domingo, 30 de agosto de 2009
Autonomia e Criatividade
Para desenvolver a autonomia e a criatividade,em primeiro lugar, tento estabelecer laços entre eu e os alunos, procuro transformar a nossa sala de aula em um ambiente fraterno e acolhedor. Após isso descubro o que fazem de melhor, com essas informações, transformo as nossas aulas aliando o conteúdo com a realidade dos alunos, de acordo com suas habilidades. Eu parto do ponto de “o que eles sabem bem”, para “o que querem aprender” e junto com “o que temos que aprender”. Trabalho muito com pesquisas, em grupo, teatro, apresentações de trabalhos orais, desenvolvimento de projetos, leituras dramáticas, situações-problema (matemática na prática), opinião crítica sobre textos lidos e trabalhados, seminários e debates sobre temas diversos, comentários sobre notícias da atualidade, saraus poéticos, filmagens de “tele-jornais”... enfim tudo que possa desenvolver a oralidade, a expressividade, a autonomia e criatividade. Motivando os alunos para uma aprendizagem prazerosa.
Reflexão sobre o texto “O menininho”, de Helen Buckley.
Através da leitura do texto,pude perceber que "o menininho", não está tão distante da nossa realidade,que todos os anos, recebo alunos como o “menininho”, portanto todos os anos tenho novos desafios, é isto que me motiva., que move a minha prática. Saber que a escola foi limitando mentes brilhantes, apagando autonomia, bloqueando criatividades e condensando as crianças a receberem respostas prontas!...Quando vejo isso, sei que meu compromisso é bem maior, que aquele aluno não me foi confiado por acaso. Vejo que preciso conhecê-lo, criar afinidades e confiança para que possamos estabelecer uma relação de troca. Através disso devo propor atividades que o instigue, devo provocá-lo com novas indagações, transformando sua curiosidade em pesquisa e aprendizagem. As atividades devem levar em consideração as habilidades do aluno, respeitando os seus limites e promovendo um ambiente de liberdade, igualdade e fraternidade. Onde a criatividade, a autonomia e criticidade são as molas propulsoras para o conhecimento. É isso que faço, essa é a minha profissão.
Marcas pedagógicas
Ao refletir sobre as marcas que as práticas pedagógicas deixam em nossas vidas, nos constituindo enquanto indivíduos, percebi que gostaria de deixar marcas de amor, de perseverança...Que eles possam acreditar que podem tudo, como no poema “tudo vale a pena se alma não é pequena”. Que eles aprendam que eles são seres pensantes e atuantes na sociedade. Que não importam quais são as suas escolhas, desde que tenham força de caráter , fortaleza e grandeza de espírito para mantê-las. Que descubram que o bem maior é o que carregamos conosco, na nossa mente e em nosso coração. Que eles aprendam a valorizar toda e qualquer oportunidade. Que acima de tudo, respeitem a tudo e todos, conquistem seu espaço e deixem suas próprias marcas.
Início do semestre
É com grande alegria que inicio mais um semestre. Neste semestre aprenderemos mais sobre didática, línguas e linguagens, LIBRAS e Educação de Jovens e Adultos, além de aprimorarmos a prática do P A no seminário Integrador. Acredito que esse semestre será extremamente produtivo, principalmente para mim que quero amadurecer melhor as minhas idéias, melhorar as minhas reflexões, além de planejar melhor o meu tempo, me dedicando mais as aprendizagens e sendo pontual em relação as postagens. Por esse e outros motivos, não menos importantes, esse semestre será transformador!
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Reflexão sobre o semestre...
Como não publiquei minhas expectativas e anseios anteriormente, gostaria de ressaltar que as aprendizagens superaram as minhas expectativas, pois foram atuais e me fizeram melhorar a prática.
Aprender sobre inclusão e diversidade, sobre argumentos, relações humanas...etc...nos trouxe uma oportunidade grande de revermos valores e buscarmos um conceito novo de educação.
Aprender sobre inclusão e diversidade, sobre argumentos, relações humanas...etc...nos trouxe uma oportunidade grande de revermos valores e buscarmos um conceito novo de educação.
Reflexão síntese sobre as aprendizagens do 1º semestre de 2009
PARTE A
O filme retrata cenas do cotidiano escolar em uma escola na França, embora apresente pessoas de diversas nacionalidades e com idades variadas, constata-se que não ficam tão distante de nossa realidade enquanto escola.
A cena que destaco é aquela em que o professor vai até o pátio da escola, dirigindo-se até as alunas (Louise e Esmeralda), delegadas de turma da sétima série e pede satisfações a elas, sobre as reclamações que fizeram dele para a direção da escola. As alunas falam de seus direitos de reclamar também, já que os professores também o fazem, reclamando dos alunos nos conselhos de classe. O professor argumentou que isso não funciona da mesma maneira e as alunas então respondem que querem sua punição, uma vez que se sentiram ofendidas por ele.
O professor tenta se retratar dizendo que não as chamou de vagabundas, mas que durante o conselho de classe, suas atitudes o levaram a utilizar este termo pejorativo.(...)
Com a confusão formada um aluno se envolve num caso de indisciplina e machuca acidentalmente uma colega(...)Após inicia-se uma discussão sobre a função do Conselho Disciplinar, pois os alunos querem saber se o colega Souleymane vai ser expulso por causa da briga na sala de aula, onde, acidentalmente, machucou a colega Khaumba.
Um aluno que já passou pelo Conselho Disciplinar na escola de onde veio, diz que o conselho não ajudou a mudar suas atitudes, chamando-os de “escrotos” os professores que expulsam os alunos.
Nesse momento o professor François se exalta e exige respeito, mas ele entra em contradição pois cobra respeito e não respeita seus alunos. O que o torna autoritário e sem moral para cobrar respeito.
2-Identifique os conceitos na cena e justifique sua escolha:
A cena escolhida mostra diversos conceitos abordados neste semestre.
As diferenças encontradas na sala de aula e os conflitos que são gerados por ela são os principais argumentos do filme. Que retrata uma proposta de uma escola que estabelece suas normas e diretrizes se apoiando em padrões de comportamento. Como estudamos as questões empíricas.
Os conflitos que ocorrem no filme mostram a reprodução na escola de uma sociedade excludente, onde as diferenças individuais não são valorizadas e o ensino é descontextualizado, ou seja, fora da realidade dos alunos. Ao contrário da interdisciplina Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, que abordava justamente a inclusão. Respeitando a individualidade, adaptando o currículo e avaliações.
A aprendizagem era mais significativa quando o professor fez a atividade de auto-retrato, onde cada aluno explorou suas possibilidades para a realização da tarefa, se envolvendo com interesse, pois estavam mostrando suas potencialidades, promovendo a criatividade e elevando sua auto-estima. Como as atividades de Ação e Sala de aula construtivista da interdisciplina de Psicologia.
A cena ainda mostra as diversas etnias que os alunos pertencem. O que gerava preconceitos, pois os alunos não identificavam como troca de experiência, talvez até por uma abordagem sócio-cultural-étnica, onde desconheciam as diferentes tradições e crenças desses povos. Para valorizar e respeitar, primeiro devemos conhecer. Por isso a importância de incluirmos no currículo as Questões étnico raciais no ensino básico.
O conceito de Autonomia está implícito na cena em que as delegadas de turma vão por conta própria fazer queixa do professor Marin a direção da escola, e também quando interpelam o professor no pátio da escola se colocando em igualdade de direitos. O professor François Marin tem sua moral abalada, pois exige respeito do aluno Carl, entretanto, faltou com respeito no momento em que se refere a suas alunas como vagabundas.
A turma demonstrou cooperação quando enfrenta o professor em defesa do colega Souleymane, que deverá passar pelo Conselho Disciplinar sendo certamente punido com a expulsão. Neste momento evidenciam o senso moral, pois acreditam que assim como respeitam o professor também mereciam ser respeitados e passam a ver as atitudes do mesmo em relação ao colega de maneira negativa gerando o enfrentamento.
No filme vemos que o uso de sanções e punições para fazer com que os alunos cumpram as regras, o que me remeteu ao texto de Jaqueline Picceti, “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?”. Com essas medidas, os alunos se revoltavam cada vez mais, provocando sempre conflitos. Os alunos não tinham liberdade para expressarem seus sentimentos, não tinham oportunidades de discutirem sobre as questões de seu cotidiano.
3-Considerando as aprendizagens construídas nas Interdisciplinas, as reflexões postadas no Blog Portfólio de Aprendizagens, as vivências escolares e os conceitos identificados, produza uma análise crítica da cena, apresentando argumentos acompanhados de evidências recortadas da mesma.
O filme “Entre os Muros da Escola” mostra o dia-a-dia de uma escola francesa contemporânea. O filme enfoca o professor Marin que é dedicado mas tem como desafio a resistência à cultura escolar por parte de seus alunos. Muitos são os conflitos naquela turma composta por muitos alunos vindos de famílias imigrantes. Esses conflitos são muitos em sala de aula, envolvendo Marin e seus alunos e, muitas vezes, os próprios alunos entre si. Conflitos esses que poderiam se repetir em qualquer escola do mundo. Por isso a necessidade de aprendermos novos conceitos, novas teorias sobre inclusão e respeito à diversidade. Foi isso que aprendemos nesse semestre. Tivemos a chance de repensarmos a nossa prática, revendo conceitos e valores. Compreendendo e analisando as relações entre professor-aluno, as questões que envolvem a disciplina, a ética e a aprendizagem, numa abordagem construtivista, inclusiva e de respeito étnico-cultural. Aprendemos novos caminhos que nos levam a uma educação que prime pela igualdade, fraternidade e liberdade.
Comparo as aprendizagens do filme “Entre os muros da escola” me remeto a outros filmes que assistimos, um para as atividades de filosofia de Filosofia , “O clube do Imperador” , outro “A História de Peter”. Todos estão inclusos num mesmo quesito de moral, disciplina e inclusão porém com contextos diferentes. No segundo,o professor Hundert acreditava que poderia modificar o caráter de seus alunos, colocando-os no caminho certo. No terceiro a professora mostrou avanços quando, entre outras coisas, colocou aspectos de disciplina em Peter.
Enquanto professores buscamos sempre o melhor, tentando contemplar a diversidade que encontramos na sala de aula propondo atividades que sejam do interesse dos alunos e que estejam contextualizadas na sua realidade.
PARTE B
Escolha dentre as postagens do Blog de Portfólio de Aprendizagens, a que melhor evidencie as suas aprendizagens no Eixo VI. Não se esqueça de colocar o link para a postagem.
Este semestre nos proporcionou um elo entre todas as interdisciplinas. Assistindo ao filme “Entre os Muros da Escola”, pude detectar um pouquinho de cada situação vivida em cada interdisciplina durante o semestre.
Tive dificuldades de escolher uma postagem, pois a aprendizagem é constante. Vou descorrer sobre duas postagens, uma que “Saímos dos muros da escola”, pois através das atividades propostas na interdisciplina questões étnicos-raciais, pude ter um embasamento teórico e aprender sobre as diferentes culturas. Isso me instigou para que fosse além do currículo escolar com meus alunos. Realizamos visita a aldeia indígena, que mostrou que na realidade somos todos “iguais”, apesar das diferenças, pois a vida na aldeia se assemelhava a dos alunos, apenas diferindo em aspectos de língua e crenças. Os alunos puderam comparar passado e presente, eles socializaram aprendizagens e eu aprendi junto com eles. Da mesma forma foi o seminário de 13 de maio, onde os alunos e eu aprendemos com palestras, oficinas e projetos de aprendizagem sobre o tema. Foi extremamente prazeroso e significativo o conhecimento adquirido. Apesar da interdisciplina das questões étnicas, ser a propulsora dessas ações, destaco que todas as interdisciplinas foram igualmente significativas, pois todas contribuíram para melhorar a minha prática.
Outra postagem que me refiro foi da interdisciplina de Psicologia, que falava da sala de aula construtivista, pois proporcionou uma reflexão significativa em torno de nossa prática. Confesso que me reconfortou, pois acredito que estou no caminho certo. A interdisciplina trouxe a teoria para minha prática me qualificando.
Esse semestre fez com que compreendêssemos que é necessário reconhecer que existem formas diversas de estarmos no mundo, que exigem novos posicionamentos em relação à diferença e, que aprender a conviver com a diferença é contribuir também na formação da vida do sujeito. Por isso cabe a nós professores, irmos além da transmissão de conhecimentos e fazermos da nossa sala de aula um ambiente desafiador, baseado na cooperação, na solidariedade e no respeito às diferenças. Os nossos ideais de educação devem ser , como já me referi anteriormente, como as palavras descritas na bandeira da França: “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”.
http://portifoliodeaprendizagem156712.blogspot.com/2009/08/questoes-etnicos-e-aprendizagem-pelas.html
http://portifoliodeaprendizagem156712.blogspot.com/2009/08/sala-de-aula-construtivistaprofessor.html
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PICETTI, Jaqueline. Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?
Filme analisado: Entre os Muros da Escola (“Entre les Murs”), de Laurent Cantet. Haut et Court, França, 2008.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Atividade de recuperação parte 1
Comentário sobre os Blogs
O Portfólio de Aprendizagens é um instrumento pedagógico que permite uma avaliação do processo de aprendizagem. Nele estão contidos os registros e reflexões acerca da aprendizagem alcançada. Através dele socializamos aprendizagens, expomos nossas dúvidas, dificuldades e superações.
O Portfólio de Aprendizagem é um espaço único e individual que serve como uma espécie de “Raio X” das aprendizagens dos alunos.
O primeiro Portfólio que analisei foi o “Portfólio156857” de Catiane Vargas do Pólo de Três Cachoeiras. A primeira impressão foi muito agradável pois seu Blog está organizado e sem muita poluição visual ( principalmente sem excesso de gif’s). Avaliei principalmente as atividades realizadas ao longo desse ano, que somam onze ao todo. Percebi logo na primeira postagem desse ano que o marcador da interdisciplina estava com o nome da interdisciplina errada, ao invés de “Necessidades Especiais” constava “Educação Especial” e “Inclusão especial”, creio que seja necessário identificar com o nome correto da interdisciplina, para que as atividades não se percam. Percebi, também, que mesmo com os comentários, não havia reformulação da atividade. Ela poderia ter explorado melhor seu portfólio, um exemplo disso ocorreu no mês de abril onde havia cinco postagens, dessas quatro eram da mesma interdisciplina e dessas quatro, três eram sobre uma mesma atividade ( Estádios de Desenvolvimento da interdisciplina de Psicologia II). Algumas dessas postagens ela relacionou a teoria com a prática. Faltou em algumas postagens argumentos objetivos ou aprofundamento dos argumentos. Um exemplo foi a seguinte postagem: “Preconceito e Descriminação...
Em nossas instituições educacionais hoje, ainda encontramos muitos preconceitos de gênero, etnia, etc., como, por exemplo, quando as crianças colocam apelidos maliciosos uns nos outros, chamando alguém de negrinho, pretinho, gordinho, seco, bujãozinho, cabelo de Bombril, ou quando recusa sentar ao lado de alguém...
Para acabar ou minimizar esta discriminação e preconceitos, precisamos trabalhar com o intuito de conscientizar nossos educandos de que em nosso país existem distintas culturas, etnias, histórias que devem ser respeitadas por todos os indivíduos.
Deste modo, estaremos atenuando estes preconceitos e discriminações, modificando então as relações entre os sujeitos, tornando a escola um espaço sócio interativo, onde formaremos cidadãos respeitam as diferenças.”
Acredito que ela poderia exemplificar com exemplos de sua sala de aula, com ações de seu cotidiano.
O outro Blog escolhido para comentar foi o“recantodealvorada.blogspot.com”, da colega Izolete de Alvorada. Percebi que a colega realizou muitas postagens, com um aprofundamento teórico bem embasado, conseguiu realizar comparações com a sua prática, onde demonstrou que na maioria de seus textos havia evidências e argumentos. Um exemplo é a postagem:
“TROCA DE SABERES
Inspirada em Paulo Freire, “Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes!” na semana passada, em comemoração ao dia do trabalhados, eu e uma colega de 4ª série planejamos um momento bem especial para nós enquanto educadoras e também para nossos alunos e os pais destes .Além de trabalharmos algumas curiosidades e especificidade de algumas profissões em sala de aula com leituras, registros e pesquisas, convidamos os pais dos alunos para participar da nossa aula, cada um poderia expor sobre sua profissão, contando aos alunos experiências profissionais vividas por eles.Juntamos as duas turmas e fizemos a composição da mesa onde 2 mães sendo uma higienizadora do hospital de clinicas, outra mãe é funcionaria do sindicato dos funcionários da Caixa Federal e um pai é metalúrgico.Cada um dos pais colocou para nós professores e para os alunos suas experiências profissionais onde os alunos ouviram com muita atenção e interesse, fazendo questionamentos e se posicionando adequadamente diante dos palestrantes. No final das falas dos pais presentes eu fiz algumas colocações explicando o objetivo daquele nosso encontro, expliquei ao grupo todo que eu e minha colega só poderíamos falar por experiência própria da profissão de educadora, mas que decidimos saber mais, ouvir experiências de trabalho vivenciadas por outras pessoas e daí surgiu o convite aos pais, pois eles teriam outros saberes a acrescentar aos nosso saberes e assim nosso trabalho se tornou imensamente mais rico no sentido de vivencias e experiências, não ficando só em teorias e registros em cadernos.”
Ela evidencia a sua aprendizagem na prática, pois sabe que o conhecimento só é possível através de trocas entre aluno e professores, de acordo com os ensinamentos de psiclogia, onde ressaltava o construtivismo e questões epistemológicas, além de tudo ela agrega a sua prática a teoria de Paulo Freire.
Acredito que esse portfólio me fez refletir melhor sobre a importância de um blog bem elaborado. Falhei muito em meu blog.
Após realizar as visitas nos blogs , refletir sobre algumas questões e comparar com o meu, constatei que meu Blog defasado, pois não tinha noção real do que era um portfólio. Relatava algumas aprendizagens, mas não todas. Não reformulava as atividades mesmo com intervenção dos professores. Algumas postagens estavam sem argumentos e sem relação da teoria com a prática.
Essa reflexão foi de extrema importância, pois de agora em diante vou valorizar mais esse espaço de avaliação que nos permite ver o progresso acadêmico e intelectual, essa metamorfose que estamos vivendo.
O Portfólio de Aprendizagens é um instrumento pedagógico que permite uma avaliação do processo de aprendizagem. Nele estão contidos os registros e reflexões acerca da aprendizagem alcançada. Através dele socializamos aprendizagens, expomos nossas dúvidas, dificuldades e superações.
O Portfólio de Aprendizagem é um espaço único e individual que serve como uma espécie de “Raio X” das aprendizagens dos alunos.
O primeiro Portfólio que analisei foi o “Portfólio156857” de Catiane Vargas do Pólo de Três Cachoeiras. A primeira impressão foi muito agradável pois seu Blog está organizado e sem muita poluição visual ( principalmente sem excesso de gif’s). Avaliei principalmente as atividades realizadas ao longo desse ano, que somam onze ao todo. Percebi logo na primeira postagem desse ano que o marcador da interdisciplina estava com o nome da interdisciplina errada, ao invés de “Necessidades Especiais” constava “Educação Especial” e “Inclusão especial”, creio que seja necessário identificar com o nome correto da interdisciplina, para que as atividades não se percam. Percebi, também, que mesmo com os comentários, não havia reformulação da atividade. Ela poderia ter explorado melhor seu portfólio, um exemplo disso ocorreu no mês de abril onde havia cinco postagens, dessas quatro eram da mesma interdisciplina e dessas quatro, três eram sobre uma mesma atividade ( Estádios de Desenvolvimento da interdisciplina de Psicologia II). Algumas dessas postagens ela relacionou a teoria com a prática. Faltou em algumas postagens argumentos objetivos ou aprofundamento dos argumentos. Um exemplo foi a seguinte postagem: “Preconceito e Descriminação...
Em nossas instituições educacionais hoje, ainda encontramos muitos preconceitos de gênero, etnia, etc., como, por exemplo, quando as crianças colocam apelidos maliciosos uns nos outros, chamando alguém de negrinho, pretinho, gordinho, seco, bujãozinho, cabelo de Bombril, ou quando recusa sentar ao lado de alguém...
Para acabar ou minimizar esta discriminação e preconceitos, precisamos trabalhar com o intuito de conscientizar nossos educandos de que em nosso país existem distintas culturas, etnias, histórias que devem ser respeitadas por todos os indivíduos.
Deste modo, estaremos atenuando estes preconceitos e discriminações, modificando então as relações entre os sujeitos, tornando a escola um espaço sócio interativo, onde formaremos cidadãos respeitam as diferenças.”
Acredito que ela poderia exemplificar com exemplos de sua sala de aula, com ações de seu cotidiano.
O outro Blog escolhido para comentar foi o“recantodealvorada.blogspot.com”, da colega Izolete de Alvorada. Percebi que a colega realizou muitas postagens, com um aprofundamento teórico bem embasado, conseguiu realizar comparações com a sua prática, onde demonstrou que na maioria de seus textos havia evidências e argumentos. Um exemplo é a postagem:
“TROCA DE SABERES
Inspirada em Paulo Freire, “Não há saber mais ou saber menos. Há saberes diferentes!” na semana passada, em comemoração ao dia do trabalhados, eu e uma colega de 4ª série planejamos um momento bem especial para nós enquanto educadoras e também para nossos alunos e os pais destes .Além de trabalharmos algumas curiosidades e especificidade de algumas profissões em sala de aula com leituras, registros e pesquisas, convidamos os pais dos alunos para participar da nossa aula, cada um poderia expor sobre sua profissão, contando aos alunos experiências profissionais vividas por eles.Juntamos as duas turmas e fizemos a composição da mesa onde 2 mães sendo uma higienizadora do hospital de clinicas, outra mãe é funcionaria do sindicato dos funcionários da Caixa Federal e um pai é metalúrgico.Cada um dos pais colocou para nós professores e para os alunos suas experiências profissionais onde os alunos ouviram com muita atenção e interesse, fazendo questionamentos e se posicionando adequadamente diante dos palestrantes. No final das falas dos pais presentes eu fiz algumas colocações explicando o objetivo daquele nosso encontro, expliquei ao grupo todo que eu e minha colega só poderíamos falar por experiência própria da profissão de educadora, mas que decidimos saber mais, ouvir experiências de trabalho vivenciadas por outras pessoas e daí surgiu o convite aos pais, pois eles teriam outros saberes a acrescentar aos nosso saberes e assim nosso trabalho se tornou imensamente mais rico no sentido de vivencias e experiências, não ficando só em teorias e registros em cadernos.”
Ela evidencia a sua aprendizagem na prática, pois sabe que o conhecimento só é possível através de trocas entre aluno e professores, de acordo com os ensinamentos de psiclogia, onde ressaltava o construtivismo e questões epistemológicas, além de tudo ela agrega a sua prática a teoria de Paulo Freire.
Acredito que esse portfólio me fez refletir melhor sobre a importância de um blog bem elaborado. Falhei muito em meu blog.
Após realizar as visitas nos blogs , refletir sobre algumas questões e comparar com o meu, constatei que meu Blog defasado, pois não tinha noção real do que era um portfólio. Relatava algumas aprendizagens, mas não todas. Não reformulava as atividades mesmo com intervenção dos professores. Algumas postagens estavam sem argumentos e sem relação da teoria com a prática.
Essa reflexão foi de extrema importância, pois de agora em diante vou valorizar mais esse espaço de avaliação que nos permite ver o progresso acadêmico e intelectual, essa metamorfose que estamos vivendo.
Ainda sobre inclusão
A inclusão é um caminho sem volta, mas não sem dúvidas e desafios.
Inserir alunos com déficits de "toda a ordem" no ensino regular é garantir a todos uma educação como descreve a nossa Constituição.
Hoje a escola tem o compromisso de ensinar a todos que de forma histórica sempre foram deixados de lado. A inclusão da "diferença" requer uma análise crítica do nosso contexto econômico e político que a educação brasileira vivencia.
Assim sendo existem os EJAs, os que tem dificuldades de aprendizagem, os superdotados, os que estão em risco social e os "eficientes" que não aceitam a inclusão.
A inclusão escolar remete à escola uma estrutura a ser pensada, criada e repensada, pois ainda está arraigada no modelo empirista.
A inclusão é movimento internacional que defende uma sociedade justa e educacional para todos, privilegiados, marginalizados, crianças, jovens, adultos, idosos, deficientes ou não. Alguns componentes básicos para que a inclusão funcione:
rede de apoio;
família e escola;
escola-clínica-sociedade;
professores capacitados;
trabalho em equipe.
Uma nova educação é possível, como a “construção de tendas”, a “rede de interação”, enfim o ideal.
IDÉIAS PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA ASSOCIADA À INCLUSÃO ESCOLAR
Ao refletir sobre a leitura de alguns textos na recuperação do fórum de Educação de pessoas com necessidades educacionais especiais, agrego minhas idéias a dos autores e escrevo esse ensaio:
A dificuldade de identificação dos sujeitos com necessidades especiais e as criticas aos mecanismos excludentes da escola, contribuíram para a criação do movimento de inclusão. Movimento esse que tem colaborado para uma discussão sobre os limites da escola e para a necessidade de mudanças eficazes. Essas transformações necessitam de investimentos e dependem de projetos político- pedagógicos que dêem suporte às mudanças legislativas.
Ao compararmos a educação com as metáforas do edifício e da tenda, ajuda-nos a refletir sobre as redes que formam a educação e a construção do processo educativo como um todo, compreendendo os desafios da educação, repensando a prática e percebendo a educação como uma construção lenta, apesar do avanço das leis. Uma das provas disso é o Plano Decenal de Educação, que entrou em vigor em 1993, foi um dos principais fatores da reforma educacional ocorrida no Brasil em meados de 1990 . As atribuições apresentadas nessa reforma refletem na organização da educação brasileira, principalmente a partir da Lei n. 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira).
A “tenda” concentra a possibilidade de uma “montagem” que contemple as diferenças, constituindo-se em contínuas montagens, contínuas transformações...como a educação inclusiva.
Como percebemos nas citações anteriores, política educacional é política pública. São os governos que definem, organizam e colocam em prática (ou pelo menos tentam..) as mudanças nessa área. As políticas educacionais se relacionam à realidade social. A escola inevitavelmente apresenta funções políticas e sociais. Na Gestão, o enfoque é dado à descentralização, sendo a escola um eixo de gestão administrativa e financeira. Os gestores são considerados os professores que, assim como a escola, serão os responsáveis pelo fracasso ou sucesso desta política. Contudo, a inclusão aparece com uma nova visão de escola, agora sob o aspecto do respeito às diferenças, assim oportuniza-se educação diferente para camuflar as diferenças sociais. Modificando o papel do Estado, até então um Estado burocratizado e provedor, para um Estado mínimo para prover, mas máximo para regular e gerenciar. Com a descentralização do Estado ocorre a municipalização, fato que compromete o crescimento e a qualidade do ensino. O governo, ao definir o professor como gestor, indica a formação docente como elemento principal para a mudança na escola.
A reforma educacional no Brasil, ao longo do tempo tem como principais marcos à gestão, o financiamento, a avaliação, a formação de professores, o currículo e a inclusão.
Ao discutirmos sobre a inclusão, através do enfoque de educação especial, devemos considerar os diversos aspectos que a compreende, como: a relação e prática pedagógica, as transformações educacionais, as políticas públicas e, sobretudo, acredito que o ponto revelador, o atendimento aos sujeitos com necessidades educacionais especiais.
Necessitamos de uma educação que esteja embasada na cooperação e o no diálogo. Precisamos, obviamente rever os processos avaliativos e torná-los mais flexíveis, bem como o planejamento de ações. Devemos considerar uma valorização dos professores e dos alunos. E, devemos enfatizar as interpretações associadas à inclusão, como um processo de construção de movimentos históricos, de crescimento dos direitos sociais e de investimentos nos serviços educacionais.
Dessa maneira, a prática avaliativa deveria levar em consideração as especificidades de cada sujeito, tendo-as como aspectos favorecedores da aprendizagem. A avaliação deve ser processual, participativa, contínua, diagnóstica e investigativa, tendo como referencial as idéias de grandes pensadores como Paulo Freire, Vygostsky e Piaget.
O professor tem papel fundamental nessa nova versão de gestão, por isso deve atualizar e investir na sua formação. A formação essa que deve estar voltada para uma prática inclusiva.
Não é possível medirmos o conhecimento, mas sim investigar as ferramentas que o sujeito utiliza no processo de construção do conhecimento, é preciso que nós, professores, questionamos os critérios, os instrumentos, as intervenções que estão em jogo no processo avaliativo. Avaliar não esquecendo o processo de construção do conhecimento que é complexo, coletivo e individual.
Precisamos ficar alertas para os perigos da inclusão. Existe um debate que evidencia o despreparo da escola e o avanço de um “edifício didático”, com pilares construídos sobre “blocos de Empirismo”. Devemos renegar o “edifício” e difundir a construção de “tendas”. A “tenda” possibilita um ideal que contemple as diferenças, constituindo-se em contínuas construções e infinitas transformações...
A organização por ciclos tem como vantagem a flexibilidade do tempo, o currículo e a avaliação, por sua vez, a organização em séries tem como um de seus principais problemas a inflexibilidade de tempo, do currículo e da avaliação, levando a altos índices de fracasso na escola e, também, a evasão. Porém, ao final de cada ciclo essa inflexibilidade reassume o processo ensino-aprendizagem, levando, a muitos, o fracasso.
A avaliação deve ser mediadora, construída com bases na interação, no diálogo e troca entre professores e alunos, transformando-os em participantes dos processos avaliativos. Os professores também se tornam aprendizes do processo de desenvolvimento de seus alunos. Necessitamos encontrar uma maneira de utilizar os processos avaliativos como potencializadores das aprendizagens e inclusão escolar. Como uma ferramenta pedagógica capaz de auxiliar na resignificação de aprendizagens, trazendo a tona as habilidades do sujeito. O processo avaliativo tendo como foco à diversidade, a transformação, os imprevistos; a avaliação da aprendizagem como um meio e não um fim e, nesse contexto, é composta pela teoria e pela prática, sendo um recurso facilitador da crítica e da ação conjunta do fazer pedagógico.
Para que haja realmente as modificações curriculares, conforme Lenise Henz Caçula Pistóia (A Rede de Interações como Concepção Pedagógica: alternativas no espaço da sala de aula com alunos em situação de desvantagem), desde o planejamento até a avaliação é preciso saber e reconhecer que existem formas diversas de estarmos no mundo, que exigem novos posicionamentos em relação à diferença e, que aprender a conviver com a diferença é contribuir também na formação da vida do sujeito. Por isso cabe a nós professores, irmos além da transmissão de conhecimentos e fazermos da nossa sala de aula um ambiente desafiador, baseado na cooperação, na solidariedade e no respeito às diferenças. Os nossos ideais de educação devem ser como as palavras descritas na bandeira da França: “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”.
BIBLIOGRAFIA:
1) Inclusão e seus sentidos: entre edifícios e tendas. BAPTISTA, Cláudio. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.
2) MICHELS, M. H. Gestão, formação docente e inclusão. Revista Brasileira de Educação.Vol. 11, n. 33, 2006, p. 406-423
3) "A Rede de Interações" , de Pistóia (2002), A Rede de Interações.pdf
4) Avaliação e Inclusão Escolar: Desafios, Conflitos e
Possibilidades?, Christofari (2006). Avaliação Escolar Conflitos e
possibilidades.pdf
Os índios no Brasil
“O termo parente não significa que todos os índios sejam iguais e nem”.
semelhantes. Significa apenas que compartilham de alguns interesses
comuns, como os direitos coletivos, a história de colonização e a luta
pela autonomia sociocultural de seus povos diante da sociedade global.
Cada povo indígena constitui-se como uma sociedade única, na medida
em que se organiza a partir de uma cosmologia particular própria que
baseia e fundamenta toda a vida social, cultural, econômica e religiosa
do grupo. Deste modo, a principal marca do mundo indígena é a diversidade
de povos, culturas, civilizações, religiões, economias, enfim,
uma multiplicidade de formas de vida coletiva e individua.”(Gersen dos Santos Luciano)
No Brasil, como em outros países os índios são os reais herdeiros das terras as quais hoje tentam bravamente manter suas tradições e culturas perdidas ao longo do tempo.
Desde a época dos grandes desbravadores, como Pedro Álvares Cabral e Cristóvão Colombo, os índios já habitavam essas terras que supostamente “foram descobertas”.
Com o passar dos anos, os índios foram desaparecendo pelas doenças, guerras e a própria cultura tão diferente trazida pelo branco.
“Índios x povos indígenas. Índio sinônimo de natural do lugar nativo”. Devemos diferenciá-los. Índio não é igual a povo indígena. Assim como o povo chinês, o russo, o alemão, o japonês, o americano, o português,o francês, o africano, o italiano, o sueco, etc... São diferentes povos, com diferentes crenças, línguas e culturas diversas.
É função da escola promover o desenvolvimento de aprendizagens que propiciem e instigue a busca de conhecimentos sobre a diversidade étnico-culturais-indígena, rituais, danças, crenças, comidas e outras formas de culturas e tradições. Precisamos refletir sobre a cultura indígena valorizando-a pela sua contribuição na formação da identidade brasileira, numa construção crítico-social, eliminando preconceitos ainda condensados na nossa sociedade.
Infelizmente, tem escolas que só lembram dos índios no dia 19 de abril. “Me dói na alma” ao ver colegas que subjugam essa data em pintar as crianças, cantar musiquinhas ...e não abordam temas reais e atuais. Por isso achei fundamental a visita que minha escola fez em uma aldeia indígena, utilizando a vida de uma determinada tribo para comparar com a realidade dos alunos. O que serviu de comparação também para o estudo e pesquisa de outras tribos, sempre levando em conta o passado e o presente.
Precisamos educar para vida, com respeito aos povos e suas culturas e para isso é necessário que saibamos diferenciar índios de indígenas, ancestrais de ancestralidade... Nunca esquecendo o valor de cada um para a formação do todo.
Referência bibliográfica:
Gersen dos Santos Luciano O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos. Brasília, 2006.
Gersen dos Santos Luciano “Os Índios no Brasil: quem são e quantos são”, http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo6/etnico_raciais/os_indios_no_brasil.pdf (
Consciência e atitude
Além do conhecimento da cultura e o respeito pelas etnias. Devemos incluir as questões étnicas no currículo para acabar com o preconceito e com uma cultura seletista e excludente. Que vão desde os apelidos em sala de aula até ataques terroristas...violências desmedidas porque os povos não se aceitam...não se respeitam. É nosso dever como professores, formadores de opinões, mostrarmos cultura de valores, de igualdade, fraternidade e liberdade. Como diz o poema que trabalhei com meus alunos, de Sérgio Vaz, da linha da poesia marginal:
Consciência e atitude“Que a pele escura não seja escudo para os covardes que habitam as senzalas do silêncio, porque nascer negro é conseqüência... ser é consciência!”
Questões étnicos e a aprendizagem pelas diversas culturas que são a nossa identidade
Ao estudar as questões étnico-raciais significa compreendemos que cada indivíduo é único, ou seja, todos somos diferentes e cada um de nós tem o seu valor , suas dificuldades e suas potencialidades. Devemos ser respeitados por isso. Basta vermos a riqueza da cultura afro, suas danças, seus ritos, sua alimentação, enfim, tudo que nos contagia. A partir do conhecimento destes fatos pelas nossas crianças e jovens, todos aprendem através das culturas, formam opiniões e produzem conhecimentos através das diferenças. Por respeitar essas culturas e querer difundir nos alunos o respeito ao próximo, e a riqueza cultural de diversos povos e etnias, destaco que as atividades que realizei com meus alunos fora dos muros da escola foram as mais significativas e geraram aprendizagem. As atividades foram à visita à aldeia indígena e o seminário sobre 13 de maio. Essas duas culturas indígena e africana foram vivenciadas pelos meus alunos, que se identificaram muito com elas, pois somos elas. Graças às teorias da interdisciplina Questões Étnico-raciais, tive embasamento para aproveitar ao máximo essas atividades e aliar vivência com aprendizagem.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Sala de aula construtivista...Professor construtivista
Ser construtivista é acreditar que o conhecimento não é transmitido de uma pessoa para outra, mas construído através da atuação do próprio indivíduo sobre o que deve ser conhecido. Essa atuação consiste em observar, explorar, pesquisar, comparar, relacionar, discriminar, levantar hipóteses, concluir, posicionar-se... Ser construtivista implica em considerar o que o aluno já vivenciou e já conhece sobre determinado conteúdo, estabelecendo metas que resultem em uma ampliação de seu conhecimento inicial.
O professor construtivista acredita no poder da informação como forma de ampliar o conhecimento do aluno. Ser construtivista é trabalhar sempre com desafios que permitam ao aluno ir além do que sabe, fazendo-o buscar soluções que superem sempre as já conhecidas. Ser construtivista é oferecer ao aluno oportunidades de respostas, caminhos e soluções variadas e criativas, estabelecendo entre eles a troca das muitas possibilidades do pensamento. A criança constrói o conhecimento a partir de suas descobertas, quando em contato com o mundo e com os objetos. Por isso o trabalho de educar não é transmitir conteúdos, mas a favorecer a atividade mental do aluno.
Por tudo isso, creio que a atividade realizada contemplou de todas as maneiras o significado de construtivismo.
Refletindo sobre aprendizagem
Durante toda nossa vida aprendemos...desde que nascemos! Cada aprendizagem é única e necessária, nem que seja para dizer que não nos serve.
Na nossa vida, aprendemos de duas maneiras: pelo amor ou pela dor!
Pelo amor é a aprendizagem prazerosa, sem gritos, na paz, na harmonia...
A aprendizagem pela dor é aquela que envolve sofrimento, dor, mágoas...ou aquela que damos muitas voltas para chegar ao óbvio, aquela difícil de aprender, de interiorizar.
Jesus nos ensinou pelo amor. Nós, professores, acredito que na sua maioria (E eu preciso acreditar nisso!), ensinamos pelo amor...porém quando o aluno não aprende, apelamos pela dor, ou seja a aprendizagem repetitiva, gritando, barrando os recreios, as brincadeiras...confesso que tenho extrema dificuldade de ensinar pela dor! Mas não sou santa, já utilizei esses meios.
Relatar uma aprendizagem que seja significativa é muito difícil, pois valorizo e prezo tudo que aprendi . Tudo é necessário e importante seja para o amadurecimento, crescimento moral ou intelectual, enfim. Escolhi para o meu relato uma aprendizagem que está latente e durante quase dois anos é diária: Ser mãe.
Como citei antes faz quase dois anos que adotei um menino, que se chama William e hoje tem nove anos. Eu, até então, nunca tinha tido essa experiência e precisei aprender muito. Na prática!
A adoção não foi uma coisa planejada. Desde que eu decidi, até o momento que ele veio, definitivo, se passaram uma semana e três dias. Foi tudo “meio sem pensar”, era uma necessidade do momento. Quando a criança veio realmente para ficar, pensei: E agora? Que faço? E fui aprendendo com os dias.
Foi muito difícil no início, pois ele chegou em uma hora que estava bastante atarefada, tive que abrir mão de algumas coisas, coisas importantes para mim, mas era muito mais importante a atenção que ele precisava. Como não estava tudo legalizado, não tive nem um dia de licença do trabalho. Contei com a solidariedade de algumas pessoas até achar um lugar para ele ficar enquanto trabalhava. Como ele chegou no “meio do mês”, estava com pouco dinheiro, ele veio só com a roupa do corpo, tive que comprar tudo, desde roupas, brinquedos e até o material escolar. Como ainda não havia feito frio, não tinha comprado roupas de inverno, mas logo na primeira semana, o tempo mudou e a partir do início da tarde esfriou, fiquei desesperada no meu trabalho sem saber o que fazer, não demorou, uma amiga me ligou dizendo que havia comprado uma jaqueta pro William e que ele já estava com ela, foi mágico, bem na hora, sem ninguém saber da minha angustia, só pode ser coisa de mãe mesmo. Com isso mais uma vez aprendi que nunca estamos sós!
Assim fomos vivendo e aprendendo a cada dia eu com ele e ele comigo. Não é uma tarefa fácil, mas também nunca achei que seria, porém é gratificante, principalmente quando crescemos.
Como ele já veio no ano que completaria oito anos, já tinha toda uma vida antes, precisei de muito amor e disciplina, e ainda preciso. Com a experiência de professora, eu sabia identificar muito bem quando os pais estragavam uma criança, usei tudo isso como exemplos que intitulei de “coisas que não se deve fazer” e os exemplos de mães que eu admirava, tentei me inspirar nelas.
Não me arrependo do que fiz, pelo contrário, mesmo tendo agido por impulso acredito que tomei a melhor decisão, ver ele feliz, crescendo saudável e progredindo é muito gratificante.
Não sei se sou uma boa mãe, mas minhas intenções são as melhores possíveis. A aprendizagem é diária e constante. Mas é intensa! É generosa!
Não quero chegar adiante me culpando por ter deixado de fazer, por isso vivo todo instante educando, amando, cobrando, ...sobretudo aprendendo com aquele ser que de uma forma ou de outra me foi confiado!
Na nossa vida, aprendemos de duas maneiras: pelo amor ou pela dor!
Pelo amor é a aprendizagem prazerosa, sem gritos, na paz, na harmonia...
A aprendizagem pela dor é aquela que envolve sofrimento, dor, mágoas...ou aquela que damos muitas voltas para chegar ao óbvio, aquela difícil de aprender, de interiorizar.
Jesus nos ensinou pelo amor. Nós, professores, acredito que na sua maioria (E eu preciso acreditar nisso!), ensinamos pelo amor...porém quando o aluno não aprende, apelamos pela dor, ou seja a aprendizagem repetitiva, gritando, barrando os recreios, as brincadeiras...confesso que tenho extrema dificuldade de ensinar pela dor! Mas não sou santa, já utilizei esses meios.
Relatar uma aprendizagem que seja significativa é muito difícil, pois valorizo e prezo tudo que aprendi . Tudo é necessário e importante seja para o amadurecimento, crescimento moral ou intelectual, enfim. Escolhi para o meu relato uma aprendizagem que está latente e durante quase dois anos é diária: Ser mãe.
Como citei antes faz quase dois anos que adotei um menino, que se chama William e hoje tem nove anos. Eu, até então, nunca tinha tido essa experiência e precisei aprender muito. Na prática!
A adoção não foi uma coisa planejada. Desde que eu decidi, até o momento que ele veio, definitivo, se passaram uma semana e três dias. Foi tudo “meio sem pensar”, era uma necessidade do momento. Quando a criança veio realmente para ficar, pensei: E agora? Que faço? E fui aprendendo com os dias.
Foi muito difícil no início, pois ele chegou em uma hora que estava bastante atarefada, tive que abrir mão de algumas coisas, coisas importantes para mim, mas era muito mais importante a atenção que ele precisava. Como não estava tudo legalizado, não tive nem um dia de licença do trabalho. Contei com a solidariedade de algumas pessoas até achar um lugar para ele ficar enquanto trabalhava. Como ele chegou no “meio do mês”, estava com pouco dinheiro, ele veio só com a roupa do corpo, tive que comprar tudo, desde roupas, brinquedos e até o material escolar. Como ainda não havia feito frio, não tinha comprado roupas de inverno, mas logo na primeira semana, o tempo mudou e a partir do início da tarde esfriou, fiquei desesperada no meu trabalho sem saber o que fazer, não demorou, uma amiga me ligou dizendo que havia comprado uma jaqueta pro William e que ele já estava com ela, foi mágico, bem na hora, sem ninguém saber da minha angustia, só pode ser coisa de mãe mesmo. Com isso mais uma vez aprendi que nunca estamos sós!
Assim fomos vivendo e aprendendo a cada dia eu com ele e ele comigo. Não é uma tarefa fácil, mas também nunca achei que seria, porém é gratificante, principalmente quando crescemos.
Como ele já veio no ano que completaria oito anos, já tinha toda uma vida antes, precisei de muito amor e disciplina, e ainda preciso. Com a experiência de professora, eu sabia identificar muito bem quando os pais estragavam uma criança, usei tudo isso como exemplos que intitulei de “coisas que não se deve fazer” e os exemplos de mães que eu admirava, tentei me inspirar nelas.
Não me arrependo do que fiz, pelo contrário, mesmo tendo agido por impulso acredito que tomei a melhor decisão, ver ele feliz, crescendo saudável e progredindo é muito gratificante.
Não sei se sou uma boa mãe, mas minhas intenções são as melhores possíveis. A aprendizagem é diária e constante. Mas é intensa! É generosa!
Não quero chegar adiante me culpando por ter deixado de fazer, por isso vivo todo instante educando, amando, cobrando, ...sobretudo aprendendo com aquele ser que de uma forma ou de outra me foi confiado!
Desenvolvimento Moral
Ao ler o texto de Jaqueline Picetti, Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?, reportei-me para as minhas experiências que envolviam desenvolvimento moral e foi inevitável relacionar com a minha chegada na Vila Iguaçu, lugar onde fica minha escola. Quero afirmar que é possível uma transformação,por isso quero dividir essa minha experiência para que outros educadores a tenham como referência e que não percam a fé na vida futura. Tudo é possível quando amamos e acreditamos...
Este relato se inicia muito antes de eu conhecer o espaço onde iria exercer minha profissão. Já na prefeitura ao assinar minha nomeação uma funcionária me alertou sem muitos rodeios, de que eu não fazia idéia do lugar onde iria lecionar, fazendo referência à criminalidade. Para não me perder no primeiro dia, resolvi conhecer o local e ao pedir informações sobre a localização (coincidentemente para um vigilante), este se prontificou a me escoltar até a escola, me orientando para jamais andar sozinha naquelas redondezas à noite pois já passava um pouco das dezenove horas. Já fiquei um pouco apreensiva mas nada que ofuscasse o meu contentamento por ter sido chamada no concurso público.
Para falar de moralidade na sala de aula, me reporto ao ano de 2006 quando ingressei na rede municipal do município de Novo Hamburgo. Foi então que aconteceu o “divisor de águas” da minha carreira profissional, onde também fortaleceria a certeza de que meu trabalho realmente vale a pena pois antes trabalhava durante sete anos no “pacato” município de Nova Hartz.
Já no primeiro dia lecionando na Vila Iguaçu em Novo Hamburgo, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Arnaldo Reinhardt, houve uma mudança radical na minha vida. Antes de entrar na sala de aula o sentimento foi horrível; os alunos se empurrando, se chutando e se ofendendo com palavrões já na fila. Logo que adentramos uma menina subiu na classe e disse: - “Sai daqui! Eu quero a minha professora do ano passado! Vou quebrar toda a sala que nem quebrei no ano passado. Esses demonhos (sic) de colegas, quero matar todo mundo!”
Os colegas prontamente reagiram. Um deu um tapa nela e outro a ofendeu também. Tive que segurar um aluno e colocá-lo no seu lugar, e disse: -“Querida. Eu já vi que você está aqui. Tua professora devia ser muito amada mas agora eu estou aqui. Quero primeiro que me conheças antes de não gostar de mim. Não peço que me ames, mas sim que me respeite. Se quiser me amar também aceito.”
Acho que os colegas gostaram da resposta pois a maioria sorria tão bonito para mim que guardo comigo até hoje a lembrança daqueles sorrisos. Como se não bastasse tudo que havia acontecido, a escola não havia providenciado as cópias de que precisava para dar a aula e foi necessário improvisar. Mas como acredito que estava muito bem amparada e intuída, lembrei-me de uma mensagem própria para aquele momento intitulada “Notas Breves” de Francisco Cândido Xavier que eu havia decorado para uma apresentação, trabalhamos aquele texto durante a tarde e elaboramos até um cartaz que ficou exposto meses na sala. Eram palavras providenciais para aquele momento. Tanto que até hoje as utilizo no primeiro dia de aula das novas turmas. Podemos dizer que a primeira crença está ligada a uma concepção de que o ambiente imprime na pessoa o modo de ser e de se comportar, isto é, uma concepção empirista, acreditando que há uma pressão das coisas sobre o espírito e considerando a experiência como algo que se impõe por si mesmo, não havendo necessidade da atividade do sujeito (Piaget, 1987). Vi que apesar da agressividade eles se interessavam em fazer as tarefas, exceto um menino que não havia feito nada e já se aproximava o final da aula. Quando cheguei perto dele, ele levantou jogou seu caderno no lixo dizendo: - “Essa porcaria de caderno!” Eu quis intervir... mas ele logo me interrompeu dizendo: - “Eu não gosto de ti, eu não vou fazer nada contigo, eu gosto da Patrícia, a minha outra professora!” Eu pensei, “de novo não!” Logo deu o sinal e eles saíram todos correndo freneticamente, menos uma menina que veio me dar um beijo e disse: - “Eu gostei de ti e da aula. Não liga pra eles... Eles são assim mesmo!”
Fui para casa chorando, apavorada pois nunca tinha visto tanta agressividade de perto; pensei até que haviam me “presenteado” com aquela turma já que eu era nova na escola. Mas eu não podia recuar, não iria desistir assim de um concurso público. Comecei analisar e refletir sobre todos os aspectos daquela aula e vi que não era nada comigo, não era pessoal. Eram carências, carências de tudo; material, afeto, dignidade, etc. lembrei-me que desde cedo aprendi que na vida só existe dois caminhos: o da dor e o do amor. E foi isso que fiz! Já na aula seguinte iniciei falando sobre esses dois caminhos e que a escolha era de cada um. No caminho do amor, as nossas aulas seriam agradáveis, a aprendizagem seria constante... no caminho da dor as aulas seriam repreensivas , com “castigos”, bilhetes e outras intervenções chatas que fossem necessárias. Mas eu já havia decidido que seria pelo amor (eles não sabiam...). Cada vez que acontecia um ato agressivo, nós conversávamos no geral sobre respeito, direitos e deveres. Com base nesta referência, é possível afirmar que as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental (7 – 10 anos) estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade. Esse processo tem características peculiares que incidem no comportamento. Durante essa construção, é importante que o professor esteja atento aos acontecimentos, pois ele poderá auxiliar as crianças a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola (Jaqueline Picetti).
Como haviam vários segmentos religiosos na sala, falávamos também dos exemplos de Jesus. O nosso cartaz de regras era de apenas uma frase de Jesus: “Faça aos outros somente aquilo que gostar que os outros façam a você! Foi um trabalho de persistência e paciência, mas as mudanças foram acontecendo aos poucos. Eu os tratava com muito carinho e eles me tratavam como uma rainha. Ainda precisavam melhorar com os colegas... Haviam aulas em que eu trabalhava mais moral do que o conteúdo. Comecei a adaptar os textos de Português que trabalhava cuidando para que tivessem uma moral em suas conclusões. Na Matemática, trabalhamos com situações-problemas que tinham relação com a realidade das crianças, para que aprendessem a conhecer quem eram seus colegas. Aos poucos a turma foi se unindo de uma maneira tão notável que eram ótimos os progressos no comportamento e até na aprendizagem. Aquela menina que chamou minha atenção no primeiro dia... que queria quebrar tudo... continuava desferindo palavras de baixo calão, porém se aquietava logo que recebia um abraço. Era como se o abraço fosse o “botão de desliga”. Descobri que tudo que eles queriam era carinho, proteção, amor e oportunidades... coisas básicas que não tinham em casa e eu tentava suprir nessas quatro horas que passávamos juntos. Nos envolvemos de tal forma que progredi junto com a turma no ano seguinte. Foi maravilhoso...
Saímos dos muros da escola, vencemos um Festival Estadual de Esquetes Teatrais e apresentamos na Feira do Livro de Porto Alegre. Agora o nome da vila não aparecia apenas nas páginas policiais; mas nas páginas culturais com ênfase e para orgulho de toda a comunidade. A turma obteve 99% de aprovação e a maioria hoje está na 6ª série. Com freqüência alguns aparecem na escola para falar comigo. Foi uma troca muito grande onde eu ensinei o amor e eles me ensinaram a repensar minha prática valorizando ainda mais os objetivos de ser uma professora para a vida em todos os sentidos.
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