domingo, 20 de dezembro de 2009
Minha experiência de convivência com pessoas surdas
Já tive contato na infância, onde tinha uma amiga que era surda. Nossa comunicação era fácil, entendia ela só de olhar. Talvez pela cumplicidade. Porém minha amiga era muito dependente de sua irmã que era um ou dois anos mais nova que nós. Não sei se por orientação da família ou super proteção da própria irmã, o fato era que ela estava sempre junto, adivinhando e traduzindo as vontades de minha amiga. Não conhecia a língua de sinais, mas conhecia minha amiga, queria dizer a ela que não precisava de intérprete, mas nunca tive coragem, tinha medo de expor ela e ofendê-la. Quando mudei de endereço, ainda na infância, não tive mais contato com ela. A última notícia que tive dela foi através de uma reportagem do jornal onde “falava” da inserção de alunos surdos no curso de magistério no Instituto Estadual de Educação de Sapiranga. Apareceu também na televisão. Mas eu nunca mais ouvi falar nada a respeito e também nunca mais a vi. Guardo boas lembranças dela, pelo fato de ser uma grande amiga. Outra experiência que guardo com carinho foi quando, já com 22 anos de idade, trabalhei lecionando teatro em uma escola que tinha uma classe de surdos, uma forte e extraordinária lembrança, foi em uma hora cívica da escola em que o diretor e os alunos interpretaram o hino brasileiro na linguagem de sinais. Foi a vez em que o hino soou mais bonito para mim. É linda a forma como se expressam, principalmente para as pessoas que gostam de teatro, pois é uma linguagem essencialmente teatral, o corpo inteiro fala e eles são tão transparentes, honestos, sinceros... Pois nos mostram a sua essência.
As pessoas surdas apenas se diferem na forma de comunicação. Pude aprender que é preciso estar disposto a observar os gestos, o movimento dos lábios, buscar referências nos símbolos da cultura para se fazer entender e colocar-se frente a frente, pois o visual é muito importante.
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