terça-feira, 4 de agosto de 2009

Refletindo sobre aprendizagem

Durante toda nossa vida aprendemos...desde que nascemos! Cada aprendizagem é única e necessária, nem que seja para dizer que não nos serve.
Na nossa vida, aprendemos de duas maneiras: pelo amor ou pela dor!
Pelo amor é a aprendizagem prazerosa, sem gritos, na paz, na harmonia...
A aprendizagem pela dor é aquela que envolve sofrimento, dor, mágoas...ou aquela que damos muitas voltas para chegar ao óbvio, aquela difícil de aprender, de interiorizar.
Jesus nos ensinou pelo amor. Nós, professores, acredito que na sua maioria (E eu preciso acreditar nisso!), ensinamos pelo amor...porém quando o aluno não aprende, apelamos pela dor, ou seja a aprendizagem repetitiva, gritando, barrando os recreios, as brincadeiras...confesso que tenho extrema dificuldade de ensinar pela dor! Mas não sou santa, já utilizei esses meios.
Relatar uma aprendizagem que seja significativa é muito difícil, pois valorizo e prezo tudo que aprendi . Tudo é necessário e importante seja para o amadurecimento, crescimento moral ou intelectual, enfim. Escolhi para o meu relato uma aprendizagem que está latente e durante quase dois anos é diária: Ser mãe.
Como citei antes faz quase dois anos que adotei um menino, que se chama William e hoje tem nove anos. Eu, até então, nunca tinha tido essa experiência e precisei aprender muito. Na prática!
A adoção não foi uma coisa planejada. Desde que eu decidi, até o momento que ele veio, definitivo, se passaram uma semana e três dias. Foi tudo “meio sem pensar”, era uma necessidade do momento. Quando a criança veio realmente para ficar, pensei: E agora? Que faço? E fui aprendendo com os dias.
Foi muito difícil no início, pois ele chegou em uma hora que estava bastante atarefada, tive que abrir mão de algumas coisas, coisas importantes para mim, mas era muito mais importante a atenção que ele precisava. Como não estava tudo legalizado, não tive nem um dia de licença do trabalho. Contei com a solidariedade de algumas pessoas até achar um lugar para ele ficar enquanto trabalhava. Como ele chegou no “meio do mês”, estava com pouco dinheiro, ele veio só com a roupa do corpo, tive que comprar tudo, desde roupas, brinquedos e até o material escolar. Como ainda não havia feito frio, não tinha comprado roupas de inverno, mas logo na primeira semana, o tempo mudou e a partir do início da tarde esfriou, fiquei desesperada no meu trabalho sem saber o que fazer, não demorou, uma amiga me ligou dizendo que havia comprado uma jaqueta pro William e que ele já estava com ela, foi mágico, bem na hora, sem ninguém saber da minha angustia, só pode ser coisa de mãe mesmo. Com isso mais uma vez aprendi que nunca estamos sós!
Assim fomos vivendo e aprendendo a cada dia eu com ele e ele comigo. Não é uma tarefa fácil, mas também nunca achei que seria, porém é gratificante, principalmente quando crescemos.
Como ele já veio no ano que completaria oito anos, já tinha toda uma vida antes, precisei de muito amor e disciplina, e ainda preciso. Com a experiência de professora, eu sabia identificar muito bem quando os pais estragavam uma criança, usei tudo isso como exemplos que intitulei de “coisas que não se deve fazer” e os exemplos de mães que eu admirava, tentei me inspirar nelas.
Não me arrependo do que fiz, pelo contrário, mesmo tendo agido por impulso acredito que tomei a melhor decisão, ver ele feliz, crescendo saudável e progredindo é muito gratificante.
Não sei se sou uma boa mãe, mas minhas intenções são as melhores possíveis. A aprendizagem é diária e constante. Mas é intensa! É generosa!
Não quero chegar adiante me culpando por ter deixado de fazer, por isso vivo todo instante educando, amando, cobrando, ...sobretudo aprendendo com aquele ser que de uma forma ou de outra me foi confiado!









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