quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Reflexão síntese sobre as aprendizagens do 1º semestre de 2009




PARTE A

O filme retrata cenas do cotidiano escolar em uma escola na França, embora apresente pessoas de diversas nacionalidades e com idades variadas, constata-se que não ficam tão distante de nossa realidade enquanto escola.
A cena que destaco é aquela em que o professor vai até o pátio da escola, dirigindo-se até as alunas (Louise e Esmeralda), delegadas de turma da sétima série e pede satisfações a elas, sobre as reclamações que fizeram dele para a direção da escola. As alunas falam de seus direitos de reclamar também, já que os professores também o fazem, reclamando dos alunos nos conselhos de classe. O professor argumentou que isso não funciona da mesma maneira e as alunas então respondem que querem sua punição, uma vez que se sentiram ofendidas por ele.
O professor tenta se retratar dizendo que não as chamou de vagabundas, mas que durante o conselho de classe, suas atitudes o levaram a utilizar este termo pejorativo.(...)
Com a confusão formada um aluno se envolve num caso de indisciplina e machuca acidentalmente uma colega(...)Após inicia-se uma discussão sobre a função do Conselho Disciplinar, pois os alunos querem saber se o colega Souleymane vai ser expulso por causa da briga na sala de aula, onde, acidentalmente, machucou a colega Khaumba.
Um aluno que já passou pelo Conselho Disciplinar na escola de onde veio, diz que o conselho não ajudou a mudar suas atitudes, chamando-os de “escrotos” os professores que expulsam os alunos.
Nesse momento o professor François se exalta e exige respeito, mas ele entra em contradição pois cobra respeito e não respeita seus alunos. O que o torna autoritário e sem moral para cobrar respeito.





2-Identifique os conceitos na cena e justifique sua escolha:

A cena escolhida mostra diversos conceitos abordados neste semestre.
As diferenças encontradas na sala de aula e os conflitos que são gerados por ela são os principais argumentos do filme. Que retrata uma proposta de uma escola que estabelece suas normas e diretrizes se apoiando em padrões de comportamento. Como estudamos as questões empíricas.
Os conflitos que ocorrem no filme mostram a reprodução na escola de uma sociedade excludente, onde as diferenças individuais não são valorizadas e o ensino é descontextualizado, ou seja, fora da realidade dos alunos. Ao contrário da interdisciplina Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais, que abordava justamente a inclusão. Respeitando a individualidade, adaptando o currículo e avaliações.
A aprendizagem era mais significativa quando o professor fez a atividade de auto-retrato, onde cada aluno explorou suas possibilidades para a realização da tarefa, se envolvendo com interesse, pois estavam mostrando suas potencialidades, promovendo a criatividade e elevando sua auto-estima. Como as atividades de Ação e Sala de aula construtivista da interdisciplina de Psicologia.
A cena ainda mostra as diversas etnias que os alunos pertencem. O que gerava preconceitos, pois os alunos não identificavam como troca de experiência, talvez até por uma abordagem sócio-cultural-étnica, onde desconheciam as diferentes tradições e crenças desses povos. Para valorizar e respeitar, primeiro devemos conhecer. Por isso a importância de incluirmos no currículo as Questões étnico raciais no ensino básico.
O conceito de Autonomia está implícito na cena em que as delegadas de turma vão por conta própria fazer queixa do professor Marin a direção da escola, e também quando interpelam o professor no pátio da escola se colocando em igualdade de direitos. O professor François Marin tem sua moral abalada, pois exige respeito do aluno Carl, entretanto, faltou com respeito no momento em que se refere a suas alunas como vagabundas.
A turma demonstrou cooperação quando enfrenta o professor em defesa do colega Souleymane, que deverá passar pelo Conselho Disciplinar sendo certamente punido com a expulsão. Neste momento evidenciam o senso moral, pois acreditam que assim como respeitam o professor também mereciam ser respeitados e passam a ver as atitudes do mesmo em relação ao colega de maneira negativa gerando o enfrentamento.
No filme vemos que o uso de sanções e punições para fazer com que os alunos cumpram as regras, o que me remeteu ao texto de Jaqueline Picceti, “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?”. Com essas medidas, os alunos se revoltavam cada vez mais, provocando sempre conflitos. Os alunos não tinham liberdade para expressarem seus sentimentos, não tinham oportunidades de discutirem sobre as questões de seu cotidiano.

3-Considerando as aprendizagens construídas nas Interdisciplinas, as reflexões postadas no Blog Portfólio de Aprendizagens, as vivências escolares e os conceitos identificados, produza uma análise crítica da cena, apresentando argumentos acompanhados de evidências recortadas da mesma.
O filme “Entre os Muros da Escola” mostra o dia-a-dia de uma escola francesa contemporânea. O filme enfoca o professor Marin que é dedicado mas tem como desafio a resistência à cultura escolar por parte de seus alunos. Muitos são os conflitos naquela turma composta por muitos alunos vindos de famílias imigrantes. Esses conflitos são muitos em sala de aula, envolvendo Marin e seus alunos e, muitas vezes, os próprios alunos entre si. Conflitos esses que poderiam se repetir em qualquer escola do mundo. Por isso a necessidade de aprendermos novos conceitos, novas teorias sobre inclusão e respeito à diversidade. Foi isso que aprendemos nesse semestre. Tivemos a chance de repensarmos a nossa prática, revendo conceitos e valores. Compreendendo e analisando as relações entre professor-aluno, as questões que envolvem a disciplina, a ética e a aprendizagem, numa abordagem construtivista, inclusiva e de respeito étnico-cultural. Aprendemos novos caminhos que nos levam a uma educação que prime pela igualdade, fraternidade e liberdade.
Comparo as aprendizagens do filme “Entre os muros da escola” me remeto a outros filmes que assistimos, um para as atividades de filosofia de Filosofia , “O clube do Imperador” , outro “A História de Peter”. Todos estão inclusos num mesmo quesito de moral, disciplina e inclusão porém com contextos diferentes. No segundo,o professor Hundert acreditava que poderia modificar o caráter de seus alunos, colocando-os no caminho certo. No terceiro a professora mostrou avanços quando, entre outras coisas, colocou aspectos de disciplina em Peter.
Enquanto professores buscamos sempre o melhor, tentando contemplar a diversidade que encontramos na sala de aula propondo atividades que sejam do interesse dos alunos e que estejam contextualizadas na sua realidade.


PARTE B
Escolha dentre as postagens do Blog de Portfólio de Aprendizagens, a que melhor evidencie as suas aprendizagens no Eixo VI. Não se esqueça de colocar o link para a postagem.
Este semestre nos proporcionou um elo entre todas as interdisciplinas. Assistindo ao filme “Entre os Muros da Escola”, pude detectar um pouquinho de cada situação vivida em cada interdisciplina durante o semestre.
Tive dificuldades de escolher uma postagem, pois a aprendizagem é constante. Vou descorrer sobre duas postagens, uma que “Saímos dos muros da escola”, pois através das atividades propostas na interdisciplina questões étnicos-raciais, pude ter um embasamento teórico e aprender sobre as diferentes culturas. Isso me instigou para que fosse além do currículo escolar com meus alunos. Realizamos visita a aldeia indígena, que mostrou que na realidade somos todos “iguais”, apesar das diferenças, pois a vida na aldeia se assemelhava a dos alunos, apenas diferindo em aspectos de língua e crenças. Os alunos puderam comparar passado e presente, eles socializaram aprendizagens e eu aprendi junto com eles. Da mesma forma foi o seminário de 13 de maio, onde os alunos e eu aprendemos com palestras, oficinas e projetos de aprendizagem sobre o tema. Foi extremamente prazeroso e significativo o conhecimento adquirido. Apesar da interdisciplina das questões étnicas, ser a propulsora dessas ações, destaco que todas as interdisciplinas foram igualmente significativas, pois todas contribuíram para melhorar a minha prática.
Outra postagem que me refiro foi da interdisciplina de Psicologia, que falava da sala de aula construtivista, pois proporcionou uma reflexão significativa em torno de nossa prática. Confesso que me reconfortou, pois acredito que estou no caminho certo. A interdisciplina trouxe a teoria para minha prática me qualificando.
Esse semestre fez com que compreendêssemos que é necessário reconhecer que existem formas diversas de estarmos no mundo, que exigem novos posicionamentos em relação à diferença e, que aprender a conviver com a diferença é contribuir também na formação da vida do sujeito. Por isso cabe a nós professores, irmos além da transmissão de conhecimentos e fazermos da nossa sala de aula um ambiente desafiador, baseado na cooperação, na solidariedade e no respeito às diferenças. Os nossos ideais de educação devem ser , como já me referi anteriormente, como as palavras descritas na bandeira da França: “Liberdade, Fraternidade e Igualdade”.


http://portifoliodeaprendizagem156712.blogspot.com/2009/08/questoes-etnicos-e-aprendizagem-pelas.html


http://portifoliodeaprendizagem156712.blogspot.com/2009/08/sala-de-aula-construtivistaprofessor.html





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

PICETTI, Jaqueline. Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?

Filme analisado: Entre os Muros da Escola (“Entre les Murs”), de Laurent Cantet. Haut et Court, França, 2008.

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