segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Sala de aula é lugar de brincar










Brincar é aprender. A sala de aula é um lugar para atividades lúdicas pois o professor consegue conciliar o objetivo pedagógico com os desejos dos alunos.
A criança aprende a brincar desde muito cedo quando ainda não freqüenta a escola, desde seus primeiros meses de vida quando consegue segurar os objetos, porém ao entrar na escola ela aprende a se relacionar com mais crianças, a brincar em conjunto e respeitar o espaço dos outros. Lá é oferecido outro meio lúdico, brincadeiras com as quais a professora quer alcançar algum objetivo que pode ser até a união entre colegas que se agridem, depois do jogo, tudo se transforma e a paz volta a reinar.
O brincar é fundamental para controlar impulsos, manter o equilíbrio entre prazer e realidade, dominando os medos angustias e frustrações. Brincar também é importante para compreender e se relacionar com o mundo, porque as atividades lúdicas desenvolvem a capacidade cognitiva e ajudam a criança a se colocar no lugar do outro.
Com toda a certeza a brincadeira deve ser constante em sala de aula, pois desenvolve desde a coordenação motora até a compreensão e a relação com o meio.
Defender uma prática pedagógica a partir da atividade do brincar traz mudanças significativas para o processo de ensino-aprendizagem, pois nos remete à transformação do espaço escolar em um espaço integrador, dinâmico, onde não se prioriza apenas o desenvolvimento cognitivo dos alunos, mas contempla um espaço para a formação plena do indivíduo. Com isso, é importante que trabalhamos com a diversidade cultural na nossa sala de aula, valorizando a pluralidade, o movimento e a corporeidade, através do lúdico. Dessa forma, resgatamos, o dinamismo e o prazer na nossa sala de aula.
É possível perceber que a ludicidade ainda é pouco explorado pelas escolas e quando isso ocorre é porque há pouca receptividade de alguns pais, devido a concepção do lúdico ser pouco compreendida. Talvez seja, ainda, pela falta de compreensão ou pela interpretação precipitada que as pessoas não conseguiram se apropriar do seu significado e importância. Esse problema já não encontro mais em minha sala de aula, pois a interdisciplina de Ludicidade me proporcionou o embasamento teórico que dá segurança na minha prática ludo-pedagógica e, outro fato que também me ampara é a Filosofia de minha escola (modificada esse ano): “A escola tem como base o comprometimento com a educação e reconstrução do conhecimento dos alunos e dos pais, bem como da comunidade onde está inserida a entidade escolar, visando um ambiente que prime pelo saber, pelo fazer, pelo conviver e pelo ser, através de vivências desafiadoras,lúdicas, prazerosas e criativas.”
O brincar é tão importante para a criança quanto o trabalho é necessário para o adulto, ele traz os dados do cotidiano para um fazer ativo, refazendo-os ao relacioná-los com o imaginário. Ao brincar e experimentar o mundo dentro do seu contexto sócio-cultural a criança constrói o seu fazer,construindo no seu futuro a essência da vida.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Psicogênese da Língua Escrita





Segundo Emília Ferreiro, até os 4 anos, as crianças tentam compreender que tipo de objeto são as letras e os números de nosso sistema de representação convencional. As grafias são consideradas somente como "letras", "números", "a, e, i, o, u", etc. Para a criança desta faixa etária as "letras" ou os "números" não substituem nada, são aquilo que são, um objeto a mais que como outros no mundo possuem um nome.Essa maneira de pensar muda mais tarde. As grafias servem para substituir outra coisa, passam a ser "objetos substitutos", que têm um significado, ainda que diferentes do nosso ponto de vista de adultos alfabetizados, pois para as crianças as grafias não representam sons. O primeiro tipo de relação consiste em buscar algum elo de ligação entre os sinais gráficos e os objetos do mundo. Como os objetos têm nome, a relação se estabelece quando para um conjunto de letras se atribui o nome do objeto ou figura que o acompanha.Porém o nome ainda não é a representação fonológica e sim uma propriedade dos objetos que podem ser representados através da escrita, a atribuição depende muito mais da relação com o objeto do que das propriedades daquilo que está escrito. Exemplificando, quando a criança ”lê” a palavra “macaco” porque a escrita está próxima do desenho de um macaco, essa mesma palavra pode ter outro significado se estiver próximo de um outro desenho. Chega o momento no processo evolutivo que as crianças estabelecem alguma hipótese entre os sons e as letras.
A primeira hipótese que aparece é que as letras representam sílabas. A hipótese silábica consiste em atribuir uma sílaba a uma letra, a qualquer delas e a correspondência é mais quantitativa que qualitativa. Para um nome trissílabo fazem falta 3 letras. Mas, no caso de nomes monossílabos ou dissílabos, duas e uma letra são "poucas". Com poucas letras (menos de três) se vai de encontro a uma outra hipótese da criança que consiste em exigir uma quantidade mínima para que consiga "ler". "A relação entre escrita e linguagem não é um dado inicial. A criança não parte dela, mas, chega a ela". Passa de uma correspondência lógica (uma letra para cada sílaba) para uma correspondência mais estável (não mais qualquer letra para qualquer sílaba).
A idéia de que a escrita é um objeto substitutivo, isto é, tem um significado, está bastante distante da redução à uma simples associação entre fonemas e sons e não depende unicamente de uma representação dos fonemas.


Nas aprendizagens envolvidas no processo de alfabetização é necessário distinguir, como o faz Emilia Ferreiro:


1. A aprendizagem de certas convenções fixas, exteriores ao sistema de escrita, como por exemplo: orientação, tipo de letra;
2. A aprendizagem da forma de representação da linguagem que define o sistema alfabético;
3. Precisamos aceitar como escrito o que é escrito de formas não convencionais ao sistema;
4. É necessário conhecer o conjunto de "idéias prévias", "esquemas de conhecimentos" a partir dos quais intervir no processo de aprendizagem;
5. Devemos fazer uso de uma metodologia que permita às crianças saírem de suas teorias infantis e progressivamente construir as convenções sociais que estão nas atividades de leitura e escrita.

Contos de Fadas







Origem....

Os contos de fadas foram inspiração para os autores individuais, pois os contos nasceram e fazem parte do imaginário popular por várias gerações.Foi a partir dos Contos, de fatos contados pelo povo que algumas obras começaram a ser criada especialmente para a leitura infantil, sem intenção didática, seguindo os modelos dos contos tradicionais. A grande relação entre os dois é que através do prazer ou das emoções que as histórias lhes proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e personagens vai agir no inconsciente dos leitores (crianças), atuando pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais dessa fase da vida.

Por que trabalhar Contos de Fadas?

Trabalhando com os contos de fadas, os alunos constroem e reconstroem significados para as histórias e desenvolvem o prazer da leitura. Desenvolve nos nossos alunos a habilidade para escrever textos, estimula a criatividade, promove o hábito de leitura e incentiva o trabalho em equipe.A Psicanálise afirma que os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional. É durante essa fase que surge a necessidade da criança em defender sua vontade e sua independência em relação ao poder dos pais ou à rivalidade com os irmãos ou amigos.É nesse sentido que a Literatura Infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser decisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. O maniqueísmo que divide as personagens em boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, etc. facilita à criança a compreensão de certos valores básicos da conduta humana ou convívio social. Tal dicotomia, se transmitida através de uma linguagem simbólica, e durante a infância, não será prejudicial à formação de sua consciência ética.. O que as crianças encontram nos contos de fadas são, na verdade, categorias de valor que são perenes. O que muda é apenas os conteúdos rotulados de bom ou mau, certo ou errados.Lembra a Psicanálise, que a criança é levada a se identificar com o herói bom e belo, não devido à sua bondade ou beleza, mas por sentir nele a própria personificação de seus problemas infantis: seu inconsciente desejo de bondade e beleza e, principalmente, sua necessidade de segurança e proteção. Pode assim superar o medo que a inibe e enfrentar os perigos e ameaças que sente à sua volta, podendo alcançar gradativamente o equilíbrio adulto.Segundo a Psicanálise, os significados simbólicos dos contos maravilhosos estão ligados aos eternos dilemas que o homem enfrenta ao longo de seu amadurecimento emocional.